quinta-feira, 23 de junho de 2016

[MÚSICA] Análise - Red Hot Chili Peppers - The Getaway


Quem curte um bom rock n roll com certeza já deve ter "trombado" com com alguma música do grupo californiano que marcou época com singles como "Californication", "Otherside" e "By The Way". Porém o som do Red Hot estava sem rumo definido quando John Frusciante, ex-guitarrista deixou a banda em 2009 levando consigo boa parte da assinatura musical que consagrou a banda. O álbum pós John chamado de I'm With You (2011) sofreu claramente com a ausência talentosa do guitarrista e focou mais em linhas de baixo conduzidas por Flea, deixando o trabalho um pouco mais "morno".

Em The Getaway (2016) Josh Klinghoffer que assumiu as seis cordas ainda em 2009 encontra seu espaço na banda e a banda encontra um novo jeito "Red Hot" de fazer música! O mais novo trabalho trás 13 faixas no mínimo surpreendentes mesclando referências antigas com a liberdade do grupo em adentrar o novo sem medo de arriscar.

A faixa título por exemplo encanta pela forma progressiva que é apresentada ao mesmo tempo que Anthony Kiedis suavemente conduz todo o ritmo ao longo da canção. Simplesmente envolvente! Dark Necessities, primeiro single, chama a atenção pela levada piano e baixo que predominam na maioria da canção que conta até com um singelo solinho de piano. We Turned Red é a mistura do novo e do antigo. Boa canção!

The Longest Wave é tranquila, quase uma cantiga, e transborda interpretação de Kiedis. Goodbye Angels também começa tímida e "grudenta" e cresce gradativamente e é impressionante ver como isso acontece. Sick Love é uma balada daquelas que cativa todos já primeira ouvida. Merece clipe! Go Robot é a mais simples de todas as faixas mas tem seu encanto.

Detriot remete aos riffs do Red Hot de Blood Sugar Sex Magik de 1991. This Ticonderoga é a mais agressiva de todas, riff simples e pesado e aqui a bateria de Chad Smith brilha mais.

Encore é única e demonstra claramente que a banda não teve receio em experimentar. Ótima canção! The Hunter é triste mas linda, o piano novamente domina a canção. Por fim temos Dreams of a Samurai que encerra o trabalho de forma justa sem muitos destaques.

The Getaway é sem sombra de dúvida um excelente trabalho onde o grupo mostra que conseguiu se reinventar e criar um nova identidade musical de qualidade e se manter relevante. Quem achou que a pimenta estava morrendo estava redondamente enganado, existe Red Hot sem Frusciante, pode não ser o que você esperava mas, é justamente por isso que é bom, foi inesperadamente surpreendente!


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